É o fim de uma era. Adriana, a última ‘angel’ da sua geração fez o desfile final pela marca de lingerie. A modelo de 37 anos, que se estreou apenas com 18 anos, teve um adeus emocionado.
O desfile da Victoria’s Secret mudou ao longo dos anos. Se “antigamente” as modelos eram caracterizadas pelas suas personalidades fortes cheias de power, hoje o mesmo já não acontece. O desfile é caracterizado pelas “insta-models” cheias de seguidores, em que o power é a rondar o zero.
Não me entendam mal, faço esta critica num sentido construtivo e não destrutivo. Todas têm potencial, é um facto. Todas são bem sucedidas, é outro facto. E todas mereceram, certamente, para estarem num dos desfiles mais cobiçados do panorama da moda. Mas há que entender uma coisa, há moda mais comercial e moda de alta costura, se assim lhe quisermos chamar, e há modelos que se podem encaixar num panorama e não no outro. É como se se tratassem de cantores, um cantor que seja bom em comercial, pode não o ser em rock, e não tem problema nenhum. Bella Hadid, que na minha opinião é uma das modelos do momento (vê-se pela quantidade de grandes marcas com quem assina contratos, pelos desfiles, pelas campanhas), não é modelo para a Victoria’s Secret. Tem sempre um ar super sério no desfile, não demonstra personalidade e a sua presença é facilmente anulada por outras modelos.
Entendo que a marca queira evoluir e, se estamos na era das redes sociais, é natural que queria aproveitar esse ângulo. Mas se é verdade esta evolução, não deveria então querer evoluir em outros patamares, também eles importantes? Por exemplo, lingerie plus size? Nas semanas da moda já temos visto várias marcas abrirem portas a este, que é sempre um tema tão critico. É sinal de evolução. É ótimo. Estará a Victoria’s Secret a ficar para trás no que a este tema diz respeito? Não é uma questão de escolha entre modelos mais magras ou plus size, é a inclusão de ambas. Porque se é verdade que os tamanhos plus size foram durante décadas deixados de parte neste mundo da moda, também é verdade que a campanha de inclusão de plus size models insulta, por vezes, as modelos mais magras. Ou seja, lá porque uma modelo é mais magra, não significa que o seja por causa da profissão. Dependendo do corpo há modelos que simplesmente têm tendência natural em ser magras, e é preciso respeitar. Como em tudo, é necessário equilíbrio.
Não me querendo desviar do tema do post, Adriana é a última de uma geração que inclui nomes fortes como Tyra Banks, Heidi Klum, Naomi Campbell, Gisele Bundchen e Alessandra Ambrosio – que disse adeus ao VSFS em 2017. É um poder feminino que acaba. Vê-las desfilar era uma emoção. Cada uma que entrava na passerelle, enchia o espaço. Era… diferente. Na minha opinião, não havendo nenhuma, atualmente, ao nível das anteriores, dá-nos uma lufada de ar fresco Sara Sampaio, Behati Prinsloo e Candice Swanepoel.
Entramos numa nova era de Victoria’s Secret, e estaremos cá para ver o que nos proporciona.
ph: via Pinterest
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